Problemas ClínicosComo mencionado anteriormente, os problemas clínicos partem essencialmente da rejeição de
órgãos, tal como acontece com os
alotransplantes. O homem tem anticorpos "próprios" que circulam no sangue, estes quando detectam a presença de corpos estranhos desencadeiam reacções no sentido de os eliminar, esta tem sido a grande causa de insucesso dos
xenotransplantes. Mas não nos podemos esquecer do
transplante das válvulas do porco para o homem que actualmente já é um sucesso.
Outro problema correntemente debatido recai sobre a possibilidade de risco do aparecimento de vírus próprios dos animais na espécie humana. Esta possibilidade de transmitir vírus letais convenceu muitos investigadores a abandonar o
transplante de
órgãos de primatas para humanos. A comunidade científica acredita que o vírus do
HIV, uma catástrofe que actualmente afecta mais de 20 milhões de pessoas, teve origem nos
símios, tendo sido transmitido à população humana. Mas as diferenças de opiniões entre
virologistas aumentam quando se fala do uso de porcos livres de patogénicos específicos (
SPF) pois enquanto alguns defendem que não existem riscos em utilizá-los, outros dizem que isso ainda não foi provado cientificamente.
Problemas FinanceirosEm 1994, nos Estados Unidos, gastaram-se aproximadamente três mil milhões em
transplantes. Actualmente existem vários problemas em justificar o custo de
transplantes de
órgãos humanos. Com um crescente numero de pessoas aos quais lhes faltam os cuidados de saúde básicos, há quem acredite que gastar tanta energia e recursos financeiros para
transplantar órgãos humanos não será justificável. Com os
xenotransplantes os custos são ainda maiores e as taxas de sucesso são, actualmente, aproximadamente zero. Como é óbvio a taxa de insucesso deve-se ao facto de esta técnica ainda não estar completamente desenvolvida. Uma maior informação na prevenção e cuidados a ter com a saúde têm demonstrado ser a forma mais eficiente de gastar o dinheiro. Mas terá a vida humana um preço?
Actualmente, não se encontram disponíveis testes para detectar todas as doenças específicas dos babuínos, e vírus letais desconhecidos podem facilmente escapar aos programas de vacinação. O risco ainda poderá ser maior se um
xenotransplante for bem sucedido, no sentido de o organismo humano não rejeitar o
órgão transplantado, e o paciente viver uma vida “normal”, tornando-se um potencial veículo de transmissão de doenças de origem não humana. O prazo de quarentena seria necessário para os pacientes, suas famílias e equipas médicas. Da mesma forma, os animais usados para o
transplante necessitariam de maior observação para o possível aparecimento de novos
patogéneos. Todos estes factores implicariam elevados gastos financeiros.